17 de jul. de 2008

Sobre noites e poesias...

Tenho nas mãos uma lua, e duas moedas antigas
Brinco de jogar pedrinhas
A noite não me traz nenhuma promessa
Sei onde deixei minhas preciosidades
(Poucas e verdadeiras relíquias _ sentimentos)
E que alcançá-las, não posso mais.
Já não me pertencem

O tempo não é senhor de tudo
O tempo não apaga tudo
Até muda o humor das marés, dos homens
Cercas e soberanias, domínios e propriedades

Envelhece aquilo que lhe é permitido envelhecer

mas há pinturas em minha pele
Há segredos nos meus olhos,
Há muita coisa em meu coração
Intangíveis, por isso minhas
E só minhas são.
E só minhas são.

E com elas, em noites de poeta e poesia
Brinco de jogar pedrinhas
Com duas moedas antigas
E a lua que tenho nas mãos
O tempo?
Que passe!
Por mim - em vão.

Tonho França

9 de jul. de 2008

Caminhos de sol

Eu olho de frente pro sol
as sombras lapidam-se
entre pedras e assovios
mudanças de luas e estações
água calma que veste os rios

e eu sigo de frente pro sol

sei que não conheço as manhãs do futuro
percebo a beleza do improviso,
o vento que toca em meus cabelos longos
É íntimo conhecedor de destinos...

além de mim e do caminho, dentro de mim - caminho
e eu sigo de frente pro sol

nas entrelinhas é que se encontra o que foi dito
sem mapas ou rotas, só sentidos....

cíclica vida
começa, termina
espiral realidade fantasia
metafísica poesia

além de mim e do caminho, dentro de mim o caminho
É preciso olhar de frente pro sol
ser e estar de frente pro sol
ser e estar
Sol.

Tonho França