17 de jul. de 2008

Sobre noites e poesias...

Tenho nas mãos uma lua, e duas moedas antigas
Brinco de jogar pedrinhas
A noite não me traz nenhuma promessa
Sei onde deixei minhas preciosidades
(Poucas e verdadeiras relíquias _ sentimentos)
E que alcançá-las, não posso mais.
Já não me pertencem

O tempo não é senhor de tudo
O tempo não apaga tudo
Até muda o humor das marés, dos homens
Cercas e soberanias, domínios e propriedades

Envelhece aquilo que lhe é permitido envelhecer

mas há pinturas em minha pele
Há segredos nos meus olhos,
Há muita coisa em meu coração
Intangíveis, por isso minhas
E só minhas são.
E só minhas são.

E com elas, em noites de poeta e poesia
Brinco de jogar pedrinhas
Com duas moedas antigas
E a lua que tenho nas mãos
O tempo?
Que passe!
Por mim - em vão.

Tonho França

5 comentários:

Anônimo disse...

Uma ternura de poema! Brincar com as lembranças, que avaramente possui, é coisa de poeta, que também segura a lua, nas mãos.
O tempo apaga tudo, sim, com nosso consentimento. Mas, se o coração é grande, ele se arvora em testemunha atenta do que se quer manter vivo.
Lúdica a forma de manter as "preciosidades": jogando pedrinhas, com duas moedas antigas.
Beijos, primo-poeta!
Dora

Anônimo disse...

É bom brincar de jogar pedrinhas, com duas moedas antigas, e a lua que tenho nas mãos! Meu abraço.

Anônimo disse...

Bem, conheço Tonho França pessoalmente, e falo com certeza que é mais do que escrita, é atitude de Poeta éPoeta verdadeiro.
Seus escritos são mais do que ternuras, emoções, amores ou desamores... Sou especialista em Literatura e falo com propriedade: A Teoria ainda o estudará´. É fato. Seus versos têm especificidades dignas de que sejam aprofundadamente estudadas. Tonho, eu e meu marido e seu companheiro de versos o consideramos o melhor poeta Valeparaibanoda atualidade.
Parabéns por ser poeticamente quem você é!

Maria Célia Santos Bianchi

Daniel disse...

Adorei
Um grande beijo de Londres.
Dan,
www.sembolso.blogspot.com

Átila Siqueira. disse...

Amigo Tonho, gostei muito de sua poesia. Foi um prazer imenso conhecer seu espaço.

Adoro poemas que falam dos poetas nas noites, porque nós, poetas, somos filhos da noite, inegavelmente, mesmo quando falamos do dia.

Voltarei aqui mais vezes, e o espero também no meu espaço.


Um grande abraço,
Átila Siqueira.